
O Metallica relançará seus dois primeiros álbuns, "Kill 'Em All" de 1983 e "Ride the Lightning" de 1984, em 15 de Abril. Ambos os álbuns foram remasterizados para a qualidade de áudio mais avançada e estarão disponíveis em três formatos - CD, vinil, e caixa deluxe. Ambas as caixas incluem materiais da coleção pessoal da banda, com muitas gravações nunca vistas/ouvidas antes, além de um livro com fotos raras e textos de pessoas que estiveram presentes naquela época.
O frontman do Metallica, James Hetfield, se sentou para uma entrevista publicada no site oficial da banda e discutiu vários tópicos, incluindo como ele se sente vendo alguns desses materiais de novo.
"Eu não sou o cara que gosta de se prender a algo que me é querido, tipo, 'Oh meu Deus, se eu perder isto, eu morreria'", disse ele. "Eu tenho um monte de coisa no armazém, sabe? E comigo, como quando eu cresci, eu meio que me mudei por aí, então se tornou o caso de, 'onde foram parar minhas coisas?'. Eu me mudei para meu irmão, então me mudei para o Ron [McGovney, ex-baixista do Metallica], e então isto e aquilo, e minhas coisas meio que... É tipo, 'eu não preciso disto, eu não quero aquilo', e então coisas foram deixadas para trás. E eu meio que tenho sido assim. Eu descartaria rapidamente algo que o Lars [Ulrich, baterista do Metallica] provavelmente cortaria um dedo para ter, sabe? Então o fato de que em meu espaço de armazenamento haviam algumas coisas... Olha, é uma daquelas coisas. Antigamente, era, 'aqui está uma caixa. Jogue tudo dentro dela'. E você fecha a caixa, e joga no armazém. Então haviam algumas coisas legais, fotos de pessoas que me deram durante os anos, que eu colocaria na minha pasta ou mala ou algo assim, e não pensava muito mais tarde."
Perguntado se ele ficou surpreso enquanto vasculhava os arquivos apenas para ver algumas dessas coisas que ele achou, Hetfield disse: "Oh, é tão legal. É tão legal. E é incrível como um pedaço de papel, celuloide, algo até como um ingresso, um passe, traz tantas memórias. Isso devolve aquele sentimento nostálgico, tipo, 'Oh meu Deus, eu realmente sinto falta daquela época'. Sabe, 'puxa, era tão simples e fácil e la la la, e olha quão complicado é agora'. O que isso faz em mim é que me deixa mais relaxado agora e não me preocupo tanto."
Ele continuou: "Eu tenho algumas fotos de viagens que Lars e eu tiramos juntos. Não tanto de turnê, mas, sabe, nós fomos até Seattle com o Metal Church e só curtimos, sabe, com Skitchy [Rich 'Band That Head That Does Not Bang' Burch, um antigo amigo deles]. Há fotos minhas na praia na Holanda, Lars e eu saindo e foi um caso de 'eu não me lembro disso e tem estas outras pessoas juntas. Quem são elas? Eu não sei, onde estão elas agora?'... E as coisas óbvias também... Coisas com Cliff [Burton, ex-baixista do Metallica]... Tipo, 'Oh meu Deus, este show, este palco, nós temos amplificadores embaixo dessa coisa', e um monte de memórias legais, sabe? E isto me faz ser grato que de alguma forma aquela foto voltou a minha vida. Pois eu sinto falta daqueles tempos. Eu sinto muita falta de Cliff. Eu penso nele com bastante frequência. Mas isso também me faz perceber que, sabe, ele está aqui em espírito. Ele não está aqui fisicamente, mas há pessoas que estão aqui fisicamente, e vamos nos divertir agora."
Perguntado se ele acha justo dizer que ele está possivelmente relaxando, e se permitindo, para finalmente lamentar abertamente por Burton depois de talvez ter trancado isto por 20 ou 25 anos, Hetfield disse: "Oh, não há dúvida disso. Sem dúvida. Nós bebíamos muito. E quando Cliff faleceu, dobrou, sabe? Bebíamos o dobro para acontecer. Eu nunca, nunca realmente lamentei. Obviamente, nós falamos sobre isso, onde simplesmente voltamos e começamos a turnê de novo, e isto supostamente era o remédio para se limpar e voltar ao cavalo, todos os clichés. Mas sabe, quando estava na reabilitação em 2001, eles falaram, 'você precisa continua mais algumas semanas por conta da lamentação. Tem sua mãe e Cliff, as duas pessoas que você nunca foi capaz de lamentar. Você precisa trabalhar nisso'. Então fizemos isso. E eu acho que apenas abrindo as memórias, apenas pensando nele, sentindo sua presença, isso é como a lamentação está acontecendo para mim por um longo período de tempo."
Ele continuou: "Eu sinto mais falta dele como pessoa do que como um músico, e isso é diferente para mim. Sabe, antigamente, ele e eu eramos muito parecidos nas coisas que gostávamos e coisas que gostávamos de fazer. Eu acho que aprendi muito com ele, e eu aprendi muito depois que ele se foi. Sabe, 'O que Cliff faria?'. Mas eu acho que sou capaz de ser mais eu mesmo, e ele me ensinou isso, sabe? Ele me ensinou que está tudo bem em ser diferente, em ser firme naquilo que acredita. Você não precisa ter toda a munição do mundo para lutar uma guerra, seja apenas você. Isso é suficiente."
Fonte (em inglês): Blabbermouth.net
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