O baterista do Metallica, Lars Ulrich, falou com Roche da rádio DC101 de Washington D.C no começo desta semana sobre o novo grande projeto da banda, que é o festival Orion Music + More, um festival de dois dias criado pela banda que acontecerá em Junho em Atlantic City e contará com mais de 20 bandas, atrações relacionadas a estilo de vida, entre outros. Ulrich também falou sobre o álbum colaborativo com Lou Reed, Lulu, que teve baixa vendagem e críticas desastrosas em Novembro passado. Confira um trecho da conversa abaixo, ou ouça o áudio completo em inglês clicando aqui.
Quando perguntado sobre a sua opinião sobre as reações dos fãs ao Lulu, Lars disse, “Você aprende, ao longo do caminho, a meio que absorver tudo com um pouco de distância. Obviamente, é fantástico que em 2012 a internet dê meios para todos expressarem suas opiniões, e eu acho que é um meio incrível de se comunicar e aproximar o mundo. Mas, obviamente, como um artista, ou alguém que está criando algo, você tem que tomar cuidado com o quão fundo você vai no que todos estão falando, porque realmente pode ferrar sua mente. Eu sempre estive numa posição na qual sou bem insensível, então essas coisas não me incomodam tanto. Foi muito difícil para o Lou, porque ele leva tudo muito para o lado pessoal. E eu acho que ele ficou muito surpreso. Nós sempre falávamos a ele: ‘Olha, há alguns fãs de metal muito, muito, muito radicais que gostam de tudo pré-embalado numa caixinha assim, e, no minuto que você varia um pouquinho daquilo, eles ganham uma hérnia.’ E tudo bem – Estou bem com isso. As pessoas tem que entender e eu acho que tenho dito isso durante boa parte dos 30 anos (risos), e eu tenho tentando encontrar outras maneiras de dizer isso, mas é basicamente a mesma coisa, que é que as pessoas tem que entender que no Metallica, nós meio que precisamos continuar a nos reinventar e experimentar coisas diferentes e tentar experiências diferentes; é parte do que precisamos para sobreviver criativamente. Então, nessa situação, quando uma lenda, um ícone como Lou Reed te liga e fala, ‘Venha e grave um álbum comigo,’ é meio ‘Ok. Nós iremos e gravaremos com você.’Aí você se joga na aventura e vê onde ela vai te levar. Sabe, é a melhor parte de estar no Metallica – nós podemos fazer isso e não devemos satisfações a ninguém, não temos que pegar dinheiro de ninguém para fazer acontecer, ou coisas assim. Então é um luxo. E entendo que existam pessoas que fiquem ressentidas com isso, porque eles querem que o Metallica faça apenas o que elas querem que seja feito. Mas eu não consigo viver assim. (Risos) Então foi uma experiência realmente muito, muito divertida gravar esse álbum. Foi um pouco difícil, obviamente, as reações à isso, porque nós sentimos que fizemos algo realmente impulsivo, mas bonito e que tem seu charme. Mas a parte interessante é que, nas últimas semanas, a cada dois ou três dias, acho que o Howard Stern começou a falar sobre uma música semana passada chamada Junior Dad e sobre como ele estava errado sobre o álbum na primeira vez que ele ouviu e como agora Junior Dad é uma música incrivelmente bonita e ele a ouviu a semana inteira e aconselhou todos a fazerem o mesmo. E eu acabei de ver um artigo, na LA Weekly ou algo assim, alguém me enviou, falando que o álbum de 2011 na verdade foi o Lulu mas ninguém vai reconhecer isso pelos próximos vinte anos. Então, um a um, eles estão caindo. (Risos) Em novecentos anos, as pessoas serão capazes de falar sobre o Lulu, cara a cara, sem esconder-se atrás de máscaras. Estamos aguardando esse dia. (Risos)”
Agradecimentos: Lady Justice Fonte (em inglês): Blabbermouth.net
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