O jornalista britânico Joel McIver escreveu a biografia de Cliff Burton, baixista do Metallica falecido no dia 27 de setembro de 1986, devido a um acidente com o ônibus da banda.
A biografia, que recebeu o nome de "To Live is To Die: The Life and Death of Metallica's Cliff Burton" e que está sendo vendida através do site do Metallica, fala sobre a vida de Cliff, o começo da banda, os altos e baixos que a banda sofreu durante os anos além de outras informações.
McIver recentemente concedeu uma entrevista na qual falou sobre Cliff e o impacto que sua morte teve no Metallica no decorrer dos anos:
Quais foram suas razões para escrever 'To Live Is To Die: The Life And Death Of Metallica's Cliff Burton'? Onde você queria chegar escrevendo o livro?
Joel McIver: "Por muitos anos me perguntei por que ninguém nunca havia escrito um livro sobre o Cliff, e quando eu tive a idéia de escrever sobre ele por volta de 2006, eu me perguntei até onde eu queria chegar com isso. Primeiro, precisaria ser uma celebração por seu grande trabalho e talento para composição. Depois eu precisaria o revelar como ele realmente era, não como um ícone postumamente santificado. Eu também teria de proporcionar valor ao leitor, informações além das que já estão disponíveis em outros lugares (não que haja muitas). E finalmente, eu teria de tentar alcançar Cliff e as altas expectativas daqueles os quais ele deixou para trás. Sem os pressionar..."
Antes você havia lançado em 2004, o livro 'Justice For All: The Truth About Metallica' pela Omnibus Press. Escrever este livro o ajudou na hora de escrever 'To Live Is To Die'?
Joel McIver: "Certamente isso me ajudou pois eu tinha bastante conhecimento sobre o passado do Cliff e da banda no geral. Eu sabia quais partes da sua vida explorar (basicamente tudo antes de 1982) e quais dos seus amigos mais próximos e outras pessoas associadas nunca haviam falado sobre ele antes, então eu sabia por onde começar minha pesquisa. E também, a maioria das pessoas que conheciam o Cliff já me conheciam devido ao livro anterior, então eu não tive de procurar muito - digo, não tive de me apresentar ao Brian Slagel e ao Dave Ellefson. Eu poderia apenas mandar um e-mail pra eles e pedir uma entrevista".
Algumas dessas pessoas falaram publicamente sobre o Cliff pela primeira vez. Como você conseguiu contatar essas pessoas, e no geral, que tipo de imagem elas pintaram do baixista?
Joel McIver: "Tudo aconteceu através de perseverança e lábia. Harald Oimoen e Brian Lew, que conheciam a banda desde seus primórdios quando eles moravam no El Cerrito, me ajudaram a contatar Ron Quintana (que foi quem teve a idéia do nome Metallica), a namorada do Cliff, Corinne Lynn, seu professor de baixo, Steve Doherty e muitos outros. Essas pessoas, por sua vez, recomendaram outros entrevistados, e assim por diante.
A imagem que eles pintaram de Cliff foi de um jovem talentoso com muita ambição, mas de maneira tranqüila. Ele praticava muito, adorava seus ídolos musicais e planejava casar com Corinne depois da turnê do 'Puppets'. Ele era um cara genuíno e legal - um dos melhores - o que torna sua morte precoce ainda mais trágica".
Dada a prematura morte de Cliff, você sente que sua ausência deixou um buraco na vida do Metallica? O quanto sua ausência afetou os demais álbuns do grupo?
Joel McIver: "Os outros integrantes estavam compreensivelmente perturbados com a morte do Cliff, mas nunca houve uma real probabilidade de que eles desistiriam. Eles imediatamente recrutaram Jason Newsted e seguiram em frente, o que foi na verdade uma decisão comercial que não os permitiu lamentar a morte de Cliff: toda a emoção deve de ser contida, como eles mesmos já disseram várias vezes. Isso levou a conseqüências graves e foi um dos fatores que quase destruiu a banda em 2002. Esse foi o impacto que sua morte causou.
É difícil falar sobre como a ausência do Cliff afetou seus trabalhos lançados mais tarde: se ele ainda estivesse vivo acho que eles ainda sim teriam lançado ‘And justice for all’ e o ‘Black Album’- embora eu não saiba o que teria acontecido na década de 1990 com ele na banda".
Em sua opinião, o que permaneceu no mundo do Metal que foi influenciado pelo Cliff? Alguns músicos que foram inspirados por ele forneceram introduções separadas para o 'To Live Is To Die'.
Joel McIver: "Sim, e todos somaram o que o Cliff sucintamente significava pra eles. Pra mim, Cliff é responsável por ter sido o primeiro a trazer influências exteriores para o Thrash Metal, levando ao surgimento de Prog-Metal e um status mais elevado para os baixistas. Se ele não tivesse ensinado teoria musical ao James, o Metallica poderia nunca ter se intensificado fora da garagem, e se eles não tivessem feito isso, o Heavy Metal hoje teria uma força bem menor. Cliff ajudou a moldar todo o conjunto Heavy Metal - e é por isso que ele foi tão importante".
Fonte: Whiplash!
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