O ex-baixista do Metallica e do Voivod, Jason Newsted, foi entrevistado nesta última sexta-feira (16 de Novembro) no programa "Friday Night Rocks" de Eddie Trunk, na rádio Q104.3 FM de Nova Iorque. Alguns trechos podem ser conferidos abaixo.
Sobre o que o fez lançar seu site oficial, NewstedHeavyMetal.com, e lançar música com seu próprio nome depois de tantos anos:
Jason: "Eu pensei sobre isso por um bom tempo, colocar meu nome em um projeto ao invés de surgir com algum nome inteligente, tipo Echobrain ou Papa Wheelie ou algo do tipo. Nós temos muitos nomes legais para projetos, mas é a primeira vez com meu nome, e eu realmente estou tentando alcançar as pessoas que eu toquei aos milhões no passado com o Metallica. Eu acho que eu já esperei demais, e eu acho que as pessoas estão prontas, e eu estou pronto, então vou tentar juntar um pouco de música e ver o que eu posso fazer para algumas pessoas. Nós veremos o que surge nos próximos meses aqui."
Sobre como o projeto se chamará:
Jason: "Se chamará Newsted Heavy Metal Music. Seja o que acabar sendo - se são 5 músicas, 20 músicas, 50 músicas... Eu nem sei o que eu farei. Eu tenho tantas músicas dos anos que se passaram. Eu tenho um monte de coisa nova, eu tenho tantas misturas de projetos com as pessoas - novos músicos, músicos jovens, músicos antigos como eu - então eu estou tentando descobrir exatamente o que eu vou soltar para todos primeiro. Isto é meio o que está se tornando - o tempo das coisas e como eu quero atingir as pessoas com isso, e com qual coisa [será lançada primeiro]."
Sobre como ele planeja lançar sua música:
Jason: "Eu vejo alguns lugares que ainda estão por aí e que sempre estarão por aí em sua forma mais pura - fazer o vinil e todo mundo ter a edição especial em vinil para conseguir ler as letras, coisas que você e eu mais amamos, isto é o mais próximo de nós que é o mais cativante e mais pessoal. Então sempre estará lá e eu nunca quero sentir falta disso, então haverá uma porcentagem disso para os fãs que realmente curtem música de guitarras americanas que detonam. Então eu quero garantir que esta parte esteja lá. E então os novos lugares que eu estou realmente aprendendo agora sobre como me expor a tudo isso... Eu vi um pedaço de um dos [episódios do 'That Metal Show' da VH1] e alguém falou sobre o Down e algumas outras bandas lançando EPs de quatro faixas a cada alguns meses, fazendo com que as pessoas tenham novidades do metal. Eu acho que é um ótimo conceito, uma ótima fórmula - eu estou inclinado a isso, e eu gostaria de me preparar para isso. Já que é um novo território para mim, eu estou realmente aberto a essa idéia; eu acho que é uma boa forma de espalhar as coisas. Tipo hoje, meu site está nos ar por 12 horas oficialmente e houve milhares e milhares de pessoas de tantos países já falando, 'mostre algumas músicas para nós ouvirmos'. Antigamente, cara, quando eu estava trocando fitas e trabalhando com o Flotsam and Jetsam, eu tinha que colocar uma fita por vez em um envelope com etiqueta personalizada e tinha que descobrir quanto custava para enviar para Irlanda ou Espanha ou seja onde for, cara - um por vez. Eu tinha que ir ao correio e enviar, e eu fiz isso, e fiz isso bem diligentemente, e é por isso que o Flotsam chegou onde eles estavam, e esta é a razão que eu consegui shows com o Metallica, por conta de todas aquelas caras e minhas correspondências ao redor do mundo. Quando Lars [Ulrich, baterista do Metallica] ligou e chegou a todos os seus contatos ao redor do mundo, meu nome surgiu na boca de todo mundo: 'este carinha é organizado'. É por isso que consegui o show - porque eu trocava fitas e era tão comprometido em compartilhar música. Agora eu posso fazer isso com o apertar de um botão e é um zilhão de pessoas. Eu sei dos trabalhos e do que precisa, e eu não estou com medo de fazer isso, mas eu sei que tenho uma chance agora, de todo o meu trabalho duro de 30 anos, eu serei capaz de compartilhar [a música] com um monte de gente de uma vez. Todo mundo que realmente dá a mínima para a música e se preocupa com o que estou fazendo, eu quero compartilhar com eles. Todo o resto: paz, cara. Há espaço para todos. Curta o que você curte. Pode não ser para todos, mas para as pessoas que é, vamos lá, sabe?!"
Sobre seus planos de entrar de vez nas mídias sociais depois de levar uma vida tão reclusa na última década:
Jason: "É meio que dois lados bem diferentes de uma mesma moeda, já que todo o meu tempo com o Metallica, eu fui a todos os pré-shows e todos os pós-shows. Eu posso ter perdido literalmente quatro de milhares de [pós-]shows, e a única razão disso é porque os dedos e lábios das crianças estavam ficando azul e estava tão frio, que nós não podíamos sair para assinar para eles. Esta foi a única razão para que me segurassem, onde eu não teria ido fazer essas conexões. Então isto é parte de mim com as pessoas, ser abastecido por suas energias e a troca de energia e o amor pelo metal e estar junto com isso. Todo mundo que sabe alguma coisa sobre como eu levei meu jogo, minha vida no nível profissional [sabe disso] - a conexão com as pessoas, o lance de trocar olhares, sempre dar a alguém um minuto. Este sempre foi meio que meu mantra: eu sempre posso dar a cada uma dessas pessoas um minuto. Houveram semanas quando nós estávamos fazendo a turnê do álbum preto, nós fizemos 24 meses em seguida, ou seja o que tenha sido isso, sem parar, havia quinhentos, setecentos, novecentos ou mil e cem pessoas todas as semanas que eu olharia em seus olhos e apertaria suas mãos e daria a eles um minuto. E eu sempre fiz isso. Agora, depois que eu saí do Metallica, havia todo tipo de emoções loucas e pesadas [que eu senti] que ninguém sabe. Eu sou o único cara do planeta que estava naquela banca, e eu estou fora daquela banda, mas eu ainda estou respirando. Então eu fiz um acordo bem sério e recluso. Eu construí um rancho em Montana no meio de uma floresta de milhões de acres de nada. Aquele tipo de coisa em que eu só disse, "ok, dane-se, cara! Vou cair fora." Eu fui ao oposto da minha conexão com as pessoas. Demorou 12 anos para voltar a terra, e aqui estou eu agora. E minhas grandes botas pretas estão no chão e estou pronto para partir."
Sobre como tocar com o Metallica em Dezembro de 2011 nos quatro pequenos shows no Fillmore em São Francisco como parte da semana de celebração do 30o. aniversário do grupo o incentivou a se conectar com os fãs de novo:
Jason: "A coisa inicial do ótimo estímulo e a 'adrenalina que começa a fluir' e todo esse tipo de coisa, estavam bem ali, palpável. Eu estava com os caras de novo, todo mundo, olhando uns para os outros, ensaiando e fazendo jam daquelas coisas altas de novo e sentir a parede de som e somente 'uau!', levitando do chão. Quando eu cheguei ao show e o que realmente fez, o que realmente catalisou [se reconectar com todo mundo] foram as pessoas. Eu não tinha idéia do que esperar quando cheguei lá, mas a resposta dos fãs... Havia pessoas de todo o mundo lá para aqueles shows. E em tantas línguas e tantos sotaques, elas gritavam, cara. Eu não estava indo em shows para perceber... Costumavam ser os isqueiros que mostravam a apreciação, agora são as telas dos telefones que mostram isso. E enquanto eu olhava lá, quando [Rob] Halford veio, metade do local levantou as telas, e quando o King Diamond surgiu, um terço do lugar levantou as telas. Quando Jason surgiu no palco, todas as telas do lugar estavam levantadas e as pessoas gritavam. Eu estava tipo, 'caramba, cara!'. Foi uma surpresa tão agradável que me acertou. Tipo, 'uau, quer saber?! Eu posso fazer isso de novo. A apreciação das pessoas podem me trazer de volta'. A razão de ter feito isso e amado tanto isso para começar, é a mesma que me trouxe de volta."
Sobre suas lesões nas costas e pescoço que ele teve por bater cabeça toda noite com o Metallica, e que contribuiu para sua decisão de sair da banda:
Jason:"Se eu olho para trás e vejo esses vídeos, tipo qualquer vídeo ao vivo, meu Deus - não me assusta que esteja dessa forma; há definitivamente uma degeneração séria que tomou minha vértebra. Eu não sei quantas pessoas batem a cabeça assim tão cedo no progresso disso tudo. Eu não vou tomar a culpa ou o crédito por ninguém fazer mais isso atualmente, mas eu sei que tive minha culpa. Eu tive três cirurgias nos ombros e fui e voltei com eles, meio que arrumando tudo, então eu estou na reabilitação por muitos, muitos anos tentanto juntar tudo de volta. Então estou muito melhor do que estava nos últimos, provavelmente, seis ou sete anos, estou bem mais forte. Eu sempre mantive meu peso, e eu me mantive em forma desse jeito, então está tudo bem. Eu estou bem perto do monstro, e eu acho que se eu trabalhar um pouco, eu posso ser o monstro de novo."
Fonte (em inglês): Blabbermouth.net
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