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James e Lars discutem importância de "Master of Puppets"

   31 de Agosto de 2006     tags: master of puppets, hetfield, ulrich, entrevista      Comentários

James Hetfield e Lars Ulrich falaram recentemente sobre a decisão de tocar o álbum "Master of Puppets" na íntegra, como celebração do aniversário de 20 anos de lançamento do disco. A entrevista foi ao ar no programa japonês "Rock City" e alguns trechos podem ser conferidos abaixo:

Hetfield: "Eu sinto que... Eu acho que 'Master of Puppets' representa um certo período da história. Foi meio que o final da era Cliff Burton no Metallica, o que é triste, mas também muito importante. E talvez 'Master of Puppets' tenha sido o disco que um monte de fãs antigos tenham se identificado. Porque depois disso Jason [Newsted] entrou na banda e a popularidade cresceu. E então o 'black album'... Foi diferente depois do 'Master of Puppets'. Então eu acho que ainda há uma inocência nisso e uma verdadeira atitude 'f*da-se o mundo' nele. E nós não éramos, eu acho, muito influenciados pela 'grandeza' do Metallica. E ainda tem as músicas - elas têm aquela energia, aquela chama; elas ainda são jovens, mas nós ainda estávamos crescendo, e as músicas se tornaram maiores e maiores, e [nós adicionamos] mais características as músicas. Eu acho que todas as músicas desse álbum são muito boas e não envelhecem."

"Nós já tínhamos tocado quase todas as músicas ao vivo antes, pois todas elas são, penso eu, músicas que precisam ser tocadas ao vivo. 'Orion' era a única música que nós nunca tínhamos realmente tocado ao vivo, e ela parece ser uma das mais legais - talvez porque não tocávamos ao vivo, mas... Tem muita emoção, mesmo que não tenha letras, e ter Rob Trujillo agora na banda tocando algumas coisas excelentes no estilo de Cliff... Soa melhor do que nunca. Mas eu diria que a músicas em si lembram um Metallica inocente. A palavra 'inocente'... De que jeito? Não estúpido, mas não arruinado pela fama, não desbotado. [Risos] Mesmo que tenhamos tentado ao máximo não nos deixar influenciar pela popularidade, é impossível não sentir os efeitos dela. Então a honestidade e inocência de 'Master of Puppets' - ainda dormindo, morando no estúdio; ainda crua e ainda com aquela chama. E somente Metallica em nossas mentes - só Metallica. Agora é diferente. Tem a família, tem muitas coisas que são importantes em nossas vidas. Eu acho que 'Master of Puppets' foi... Tudo aquilo que nós pensávamos."

"Quando nós íamos tocar na Europe, principalmente no Reino Unido, muita importância foi depositada no 'Master of Puppets', e eles fizeram um CD - a Kerrang! colocou em um CD todas essas bandas - Avenged Sevenfold, Trivium, Bullet For My Vallentine, muitas bandas novas de metal - fazendo um tributo ao 'Master of Puppets', e isso nos inspirou a fazermos nosso próprio tributo. Mas também, ouvindo essas bandas tocandos nossas músicas, nos colocou um pouco de fogo para voltarmos a isso e não sermos tão preguiçosos para tocá-las. Não que a gente seja preguiçoso, mas você meio que considera, sabe, nós estamos fazendo isso por 26 anos. Nós somos bons nisso. Sim, somos, mas podemos ser melhores. E isso nos ajudou a passarmos para outro nível. Eu pensei que o que faríamos era tocar 'Master of Puppets' ao vivo talvez em Donington, ou só em shows em locais fechados. Mas minha idéia era, ei, nós tocamos no Download/Donington Festival cinco, seis vezes. Vamos fazer algo diferente do 'melhor de'. Então nós fizemos isso na turnê inteira, e foi muito bom. Era um set longo, mas muito inspirador, e senti bem em tocar o álbum do começo ao fim."

Ulrich: "Tem sido divertido. Tem sido bem interessante escrever o novo álbum e voltar e ouvir o 'Master of Puppets' - revivendo-o, reaprendendo-o. Durante o passar dos anos, nós começamos a tocar algumas das músicas um pouco diferente, e nós voltamos e tocamos todas as músicas exatamente... Quer dizer, mais ou menos... Com os mesmo arranjos do álbum. Nós colocamos várias partes de volta que foram tiradas durante os anos. E tem sido interessante escrever novas músicas enquanto temos o 'Master of Puppets' em nossas mentes, pois eu acho que isto está definitivamente nos afetando um pouco. Algumas das coisas novas tem o mesmo tipo de... É desafiante como algumas coisas do 'Master of Puppets' e talvez algumas das coisas sejam um pouco inspiradas em um pouco disso. Nós brincávamos, óbvio, no começo quando tentávamos reaprender as músicas, que se soubessemos há 20 anos que nós tocaríamos as músicas 20 anos depois, talvez não tivéssemos feito as coisas tão complicadas. Mas nós meio que reaprendemos isso, na verdade, mais rápido que pensávamos. Quando nós tocamos no primeiro show na Alemanha, no Rock am Ring, ficamos surpreso com a facilidade que foi, e quão natural pareceu tocar o álbum inteiro, e claro, o modo como os fãs responderam a isso foi muito positivo. Eles ficaram ainda mais surpresos que nós por ainda conseguirmos toca-lo, e ainda tocarmos bem e ainda sentir que estávamos no controle disso, pois algumas das coisas são meio complicadas e doidas, mas... Nós estamos em boa forma e nós temos estado com uma energia física muito boa na maior parte do ano, então tem sido divertido."

"Mas o que o álbum significa? É difícil destacar só esse álbum. Você já fez várias entrevistas comigo para saber como eu me sinto com nossos álbuns. Eu gosto da maioria de nossos álbuns, eu tenho respeito por todos eles, com certeza. Eu entendo que as pessoas achem o 'Master of Puppets' um grande destaque, mas para mim, é apenas um de vários álbuns, e um de vários álbuns que se encaixam em um quebra-cabeça. Eu acho que poderia existir um 'Master of Puppets' sem o álbum anterior a ele e sem o álbum posterior a ele, e isto vale para todos eles, então é difícil para mim para isolar esse álbum como um destaque especial, mas eu entendo que para muitas pessoas é um álbum muito especial, e eu estou bem com isso. Mas tem sido uma experiência bem positiva. Nós nunca fizemos nada como isso antes - nós nunca tocamos um álbum inteiro, nós nunca realmente comemoramos um álbum - e eu acho que estávamos um pouco hesitantes em fazer isso, pois eu acho que temos um certo medo de vivermos do passado. Nós ainda nos consideramos mais jovens do que somos, e em nossas mentes, nós sentimos que somos muito mais parte da geração atual do que da geração anterior. Iron Maiden e Judas Priest e AC/DC, eles ainda são nossos heróis e ainda são nossos ídolos. Então é difícil... Quando fizemos todo esse negócio do 'Master of Puppets', eu acho que ficamos com um pouco de medo de, talvez, sermos parte de uma geração mais velha, sabe o que eu quero dizer? Mas eu acho que está tudo bem. Tem sido bem divertido fazer isso, na verdade. Talvez façamos com cada álbum que chegue ao vigésimo aniversário. Quem sabe?!"

Trechos da entrevista podem ser conferidos no YouTube: James, Lars

fonte (em inglês): Blabbermouth.net


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