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Entrevista de Lars na Rolling Stone: "Não tem um case que eu não urinei ainda"

   13 de Agosto de 2004     tags: ulrich, entrevista      Comentários

"Houveram muitas brigas durantes esses vinte e três anos da banda," disse o baterista do Metallica Lars Ulrich. "Mas a gente se diverte." Se você viu o documentário conta-tudo "Some Kind of Monster", você sabe sobre o que Lars está falando. A luta pelo poder, alcoolismo e atitudes infantis que quase destruíram a maior banda de metal deram origem a um novo e melhor Metallica, graças a chegada do baixista Robert Trujillo e um gasto de quarenta mil por mês. No filme, no qual Ulrich também mostra seu amor pela arte, nós encontramos o seu mais duro crítico: seu pai, Torben, um escritor de jazz, jogador de tênis profissional e clone de Gandalf do Senhor dos Anéis. No dia 16 de Agosto, o Metallica iniciará a parte final de sua turnê em St. Paul, Minnesota.

Seu pai parece ser tão legal. Qual música ele tocava em casa quando você era criança?

Sua paixão, seu amor, a principal coisa para ele era jazz. Então de seu quarto vinha muito Miles, Coltrane, Charlie Parker, Ornette Coleman, Sonny Rollins. Copenhagen era a capital do jazz da Europa Ocidental naquela época. Mas ele também ouvia The Doors, Stones, Beatles e Muddy Waters. Quando eu comecei a ouvir as primeiras coisas de rock por volta de 73, como Deep Purple e Uriah Heep, nós começávamos a nos bicar. Ele dizia que era muito quadrado e que o baterista era muito branco.

Você costumava ir em casas de shows quando criança?

Sim. Um lugar chamado Montmartre - Eu fui levado lá algumas vezes. Mas muitos músicos passavam lá em casa, como Sonny Rollins, Ben Webster e Dexter Gordon, que era meu padrinho.

Quantas batidas por minuto você consegue tocar no seu pedal duplo?

Eu não sei, mas tecnicamente, eu estou na melhor forma que já estive. Eu tenho desenvolvido bastante neste ano, correndo. Eu parei de fumar. Quando estamos sentado lá no décimo quinto minuto da terceira hora tocando "Dyers Eve" eu estou muito, muito bem. Virando a casa dos quarenta, é bom dizer.

O Rob Trujillo te assusta no palco? Ele é bizarro.

Eu tenho a opção de desviar o olhar [risos]. Quando ele está fazendo seu passo sumô-luta-livre-satânico-podre, eu viro meu olhos para o [James] Hetfield. Se ele está fazendo sua cara de luta do inferno, eu sei que eu posso olhar para o [Kirk] Hammett - há um pouco mais de amor por lá. Mas o Rob tem sido incrível. No final dos anos noventa, o Metallica era como uma operação militar: as coisas ficaram meio egocêntricas demais, e Rob nos ajudou a nos soltar. Isso é bom.

Você fica bravo por não poder mais ficar bêbado com o Hetfield?

Eu, o Kirk e o Trujillo ainda podemos nos embebedar. Acredite em mim. Nós também podemos fazer isso quando o James está por perto. Não há problema. James tem sido um anjo com isso. Ele não reclama, não policia, ou fica em cima das porcarias dos outros.

Você costumava beber muito no palco. Onde você urinava?

Desde que você não mije em algo que está ligado. Eu não toco em álcool no palco desde o ano novo de 83-84, em algum lugar do estado de Nova Iorque com o Anthrax. Nenhum de nós conseguíamos tocar. Mas o Kirk geralmente mija em uma garrafa em seu pequeno cubículo, e eu vou e urino nos cases. Não tem um case que eu não urinei ainda.

Qual a melhor tirada que você já fez?

Eu amo The Cult, mas quando a gente ficou com eles durante o verão inteiro em 89, um membro da banda tinha uma namorada que trouxe peixes dourados em pequenos sacos. Um dia o dia o motorista de ônibus esqueceu de ligar o ar condicionado, o peixe basicamente ferveu, e a garota os perdeu. Então para o show em Portland, nós compramos metade da loja de animais e por dois minutos choveu peixes dourados no palco. O membro não identificado e a namorada chocada tentaram pegar os peixes que ficavam pulando. O baterista deles, Matt Sorum, começou a comê-los.

Sorum tocou com o Guns'n'Roses. Você fizeram uma turnê com o Guns'n'Roses. O quão estranho é Axl?

Eu não ouço do cara há vinte anos, mas Axl era duas pessoas. Você ficava realmente pensando que diabos ia acontecer em seguida. Quando ele estava de bom humor, ele é o cara mais doce, e quando ele esquecia de tomar seu remédio ou decidia explodir, ele era meio estranho. Ele era a última pessoa que eu vi, talvez além de Bill Clinton, que quando entrava todo mundo saía da frente. Isso é algo raro.

Qual pintura melhor incorpora o espírito do Metallica?

Ótima pergunta: eu estou tendendo àqueles grandes Jackson Pollocks. Quando penso no Metallica, eu penso em energia e movimento; um caminho que está sempre se mexendo e mudando toda hora. Eu escolheria o Número 32 de Pollock, de 1950.

Quem é o melhor baterista vivo?

Jon [Theodore] do Mars Volta. Nós fizemos três semanas de shows com eles na Austrália em Janeiro. Eles eram tão bons, e Jon é o melhor baterista que eu vi em dez anos. Ele toca com energia e fogo, o peso de Bonham e a técnica de alguém como Phil Taylor do Motorhead mas também Elvin Jones. Eu queria desistir depois que vi ele tocar.

fonte (em inglês): Rolling Stone


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