Entrevista a Revista Q: Parte 6

Os Invencíveis
Originalmente publicada na revista Q em inglês – Julho de 2007
Tradução em português feita por MetalRemains.

James Hetfield passou 11 semanas na reabilitação, mas a banda ficaria parada pelos meses seguintes. "Eu realmente precisava acreditar que eu sobreviveria sem o Metallica," diz ele. Ulrich, dividido entre sua preocupação com seu velho amigo e a irritação de que o futuro incerto da banda estava inteiramente nas mãos de Hetfield, chegou a conclusão do fato de que o Metallica poderia nunca mais tocar de novo. Entretanto, em Abril, eles finalmente se encontraram no recém completado QG e continuaram trabalhando no St. Anger, o conceito do infomercial abandonado em favor de Some Kind Of Monster. Apesar do filme retratar Towle como se aproximando demais do Metallica, a banda não conseguia conversar sem ele.

Hetfield retornou de seu hiato como um homem mudado. Mais calmo e mais relutante em entrar em discussões com Ulrich, o novo cantor sóbrio instigou uma política de que a banda poderia trabalhar apenas entre o meio dia e as quatro horas. O motivo deste regime de meio dia era para que Hetfield pudesse passar mais tempo com sua família. Uma cena memorável o mostra encontrando sua esposa para assistir sua filha, Cali Tee, em uma aula de balé. "A maior parte dessa coisa viril era só uma máscara para ele lidar com suas próprias inseguranças," diz Ulrich. "Eu sempre senti que ele era uma alma cavalheira e um cara muito amável."

O resto da banda não lidou bem com isto: Ulrich soltou sua raiva - e anos de inimizade guardada - ao berrar a palavra "foda-se" bem na cara do cantor. "Isto tinha que sair," diz Hetfield. "Depois eu disse, 'eu aceitarei isto uma vez'."

O progresso era difícil enquanto a banda se ajustava as necessidades de Hetfield. O diálogo aberto era uma faca de dois gumes também, evidenciado por Hetfield se sentir livre em falar a Ulrich que ele não estava mais se divertindo em tocar com ele. Vagarosamente, no entanto, suas perseveranças deram resultado, as relações fluíram e o álbum foi terminado em Abril de 2003, 715 dias depois da sessão inicial. O resultado foi cru e muito longo. Inevitavelmente, ele recebeu inúmeras críticas. Mas acabou se tornando o mais importante disco da carreira do Metallica: ele os salvou.

"Phil Towle saiu mal," diz Bob Rock. "Eu estava lá, eu vi o que ele fez. Não haveria Metallica sem ele. Eles odiavam uns aos outros."

Essas horas de trabalho reduzidas ainda estão em vigor hoje.


No escritório no andar de cima, James Hetfield considera como os fãs do Metallica reagem com sua nova, sóbria versão. "Eles esperam que você seja esse cara durão, que chega, levanta na mesa e exige cerveja para todo mundo," diz ele. "Quando você não faz isso... Uau, eu achava que você era diferente. O quanto isso machuca é tão incrível, mas eles querem dizer isso de uma maneira boa."

Você era divertido quando estava bêbado?

"Com certeza não. Eu ficava bem violento. Tinha a parte feliz. Então ficava feio, onde o mundo está fodido, querendo destruir tudo e machucar as pessoas. Eu me metia em brigas, algumas vezes com Lars. Era assim que ressentimentos eram liberados. Empurrando e peitando, jogando coisas nele."

Você ama o Lars?

"Eu amo. Nós não vamos juntar nossas famílias e ir para o Havaí por uma semana, mas, cara, quando alguém está desafiando o Metallica, nós nos empenhamos juntos como se não houvesse amanhã. Nós cuidaremos um do outro e lutaremos até a morte."


Lars UlrichMais tarde naquele dia, eu me sentei com Lars Ulrich na sala de controle do QG do Metallica. Em um quadro branco em cima da gente, títulos provisórios para o próximo álbum estavam escritos com caneta, We Put The Riff In Riff Raff and One Minute Closer To Death (Than You Were A Minute Ago) [n. do tradutor: algo como "Nós colocamos o riff no lixo e um minuto mais próximo da morte (do que você estava há um minuto)"].

O baterista parece meio frustrado que nós parecemos nos concentrar nos elementos apimentados da história do Metallica. "Apesar de todos os detalhes, ainda é sobre uma banda que durou 26 anos e que continua perto da relevância."

Ele tem um ponto. O que eles passaram juntos destruiria a maioria das bandas, mas o Metallica tem a resiliência de Hetfield e Ulrich como o núcleo e a cola entre este mais bizarro dos casais que parece ser inquebrável.

"Com certeza," diz ele. "Eu amo o James. Eu espero que nós envelheçamos juntos e que o Metallica envelheça com a gente tanto quanto nós quisermos."

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