A revista Revolver realizou recentemente uma entrevista com o baterista do Metallica, Lars Ulrich. Alguns trechos da conversa podem ser conferidos abaixo.
Revolver: Quando você olha para os mais de 30 anos do Metallica, do que você se orgulha mais?
Lars: Eu provavelmente me orgulho mais do fato de que ainda estamos por aí e funcionando como uma banda, fazendo discos ocasionais, fazendo outros projetos, e ainda sendo de alguma forma relevante. Depois de 32 anos no negócio, isso é provavelmente a maior conquista. Também o fato de que nós superamos um bem documentado conflito em 2001, 2002, e que não só sobrevivemos isso como sentimos que voltamos como uma banda melhor. Todo o trabalho que colocamos em tentar sermos melhores nós mesmos, se pagou. Como banda, o Metallica está em ótima forma. Nós realmente falamos um com o outro. Nós podemos estar todos na mesma sala. Nós podemos sentar no mesmo avião juntos. Nós podemos ficar no mesmo hotel. Nós podemos sair pra jantar. E eu acho que isso é provavelmente a maior conquista de todas.
Revolver: O que mantém vocês juntos?
Lars: O Metallica é quem somos. É nossa vida. Eu tinha 17 anos quando formei esta banda. Eu nunca soube de mais nada além de uma tentativa falha na carreira de tênis. [risos] Eu acho obviamente que é o que nos define. Obviamente, há nossas famílias e filhos, mas nos termos de nossas carreiras ou o que for, é o que fazemos. E é algo que nós protegemos ferozmente e temos muito orgulho. Eu acho que uma coisa que você aprende, se você quiser estar em uma banda e perseverar, é que você precisa ser capaz de coexistir e tem que achar uma forma de se comprometer e descobrir toda essa coisa de alguma forma no caminho. Simplesmente descobrir isso. E nós percebemos que era mais importante para nós estarmos juntos e sobrevivermos do que não sobreviver. Nós realmente trabalhamos duro nisso.
Revolver: Qual você sente que é o lançamento do Metallica menos apreciado?
Lars: Eu acho que o "Load" e "Reload" são ótimos discos. Eles estão criativamente no mesmo nível de todos os outros discos que fizemos. Obviamente, eles são mais blues, e ao mesmo tempo, nós estávamos ouvindo muito Led Zeppelin, Deep Purple, e AC/DC, e tínhamos um tipo diferente de fundação do que nos discos de antes ou depois. E eu entendo que há pessoas que não conseguiram perceber o que estava rolando com cortes de cabelos e o resto disso, e está tudo bem. Mas musicalmente, se você tirar todas essas outras coisas, se você só ouvir as 27 músicas - "Load" e "Reload" era pra ter sido um álbum duplo - é uma ótima coleção de músicas que estão no mesmo nível de todo o resto que nós fizemos criativamente. Mas, digo, quem precisa de outra pessoa para se sentar lá e discutir sobre, sabe, "Carpe Diem Baby"? Eles são discos diferentes, mas havia uma intenção. [risos] Não é como se a gente tivesse sentado e pensado em refazer o "...And Justice For All". [risos] Nós obviamente estamos cientes disso. Mas eu acho que pessoalmente há ótimas músicas em ambos os discos e eu tenho muito orgulho deles.
Revolver: Vocês estão trabalhando em um novo disco do Metallica. Como está soando?
Lars: Nós estamos nos estágios iniciais de composição, e tudo que eu posso dizer é que há algumas coisas boas rolando. É divertido. Entre fazer um filme e o festival Orion [Music + More], nós temos tirado alguns dias aqui e ali para passar pelos riffs e fazer toda essa merda. Nós temos que transformá-las em músicas e colocar nossas bundas no estúdio. Eu espero que façamos isso até o final do ano, talvez começo do ano que vem. 2014 é um pouco otimista para o álbum sair, então 2015 é mais realista. Mas ouça, não há pressa. Vai demorar o que for demorar. Eu não me estresso com isso, mas isso não significa que não ligamos. Dez anos atrás, vinte anos atrás, nós estávamos nesse ciclo todo onde escreveríamos-gravaríamos-faríamos turnê, escreveríamos-gravaríamos-faríamos turnê. Agora nós temos uma forma diferente de estar em uma banda. Nós gostamos de tocar todo ano, mas não queremos tocar 200 shows de uma vez e então descansar por um ano. Nós queremos tocar 30, 40 shows. É melhor do que tocar 200 shows em um ano, e então sem shows no ano seguinte. É legal fazer essas coisas diferentes e discos novos são divertidos e legais, e haverá um disco novo do Metallica, mas eu não posso me estressar com isso.
A entrevista completa, em inglês, pode ser lida clicando aqui.
Fonte (em inglês): Blabbermouth.net
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