A revista Revolver realizou uma entrevista com o Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax para uma edição especial dedicada aos Big Four do thrash metal dos anos 80. Este seção relembra como que surgiu a idéia das bandas tocarem "Am I Evil?" juntas nos shows dos "Big Four", começando em Sofia, Bulgária, no ano passado. Ela conta com entrevistas com Lars Ulrich do Metallica, Scott Ian e Charlie Benante do Anthrax, Dave Lombardo do Slayer, e David Ellefson do Megadeth.
Revolver: A maioria de vocês subiram ao palco e tocaram a "Am I Evil?" do Diamond Head no ano passado em Sofia, Bulgária. Como surgiu isto?
Lars Ulrich: Eu acho que nós sentimos que deveríamos tentar e ver se conseguiríamos juntar todo mundo. Também, havia toda essa coisa de transmissão mundial. Parecia o lugar óbvio para compartilhar, havia uma vibração tão boa rolando. Nós queríamos que os fãs de todo o mundo tivessem a chance de compartilhar essa boa vibração.
Scott Ian: Eu estava sentado em um bar com o [vocalista do Slipknot e Stone Sour] Corey Taylor em algum lugar, uma ou duas noites antes de realmente fazermos isso, e eu recebi uma mensagem do Kirk [Hammett, guitarrista do Metallica] dizendo, "Ei, na Bulgária estamos pensando em tocar 'Am I Evil?' com todo mundo, então avise seus caras." E eu respondi, "Sim, claro. Estamos dentro."
Lars Ulrich: A razão de escolhermos "Am I Evil?" é porque obviamente tocar uma música do Metallica pareceria um pouco de egoísmo. Todos os músicos certamente compartilham um pouco de influência do Diamond Head. É provavelmente difícil achar uma banda que é mais responsável, ou pelo menos indiretamente responsável, pelo thrash metal. E "Am I Evil?" é uma ótima música, tipo um hino, que também tem a qualidade de não ser super complicada. Então simplesmente parecia o tipo certo de vibração para compartilhar com todos por cinco minutos que não precisava necessariamente mandar as pessoas de volta para a sala de ensaio por dias. [O líder do Megadeth, Dave] Mustaine e um monte desses caras sabiam o riff também, então parecia a escolha lógica.
Charlie Benante: A primeira mensagem que eu recebi sobre isso foi - eu acho que o Kirk que me enviou - "você vai tocar guitarra". Esta foi a primeira mensagem que eu recebi. E foi tipo, animal. Aquilo seria ótimo. E acho que as outras pessoas pensaram, como o baterista vai tocar guitarra, quando os outros bateristas não estão fazendo nada? Então de repende, uma caixa de bateria foi colocada no meu colo. E eu fiquei tipo, ok, eu estou bem com isso também.
Dave Lombardo: Eu amo fazer jam. Eu faço isso o tempo todo em casa, em Hollywood. Então eu fiquei animado em fazer isso, eu não recusaria esta oportunidade com todos os meus outros amigos lá em cima. Foi tipo, tá certo, vamos lá.
Revolver: O que vocês se lembram sobre ensaiar a música?
David Ellefson: Foi ótimo. Assim que entramos na sala de ensaios, o [baixista do Metallica] Robert Trujillo foi tipo, "Ei, Junior, ainda bem que você está aqui". E ele me passou o baixo. Ele foi tipo, "Aqui, você faz a jam". E eu estava tipo, ok, eu acho que agora eu sou o baixista neste pequeno desafio. Então eu toquei, e foi divertido para mim, sentar lá e ser o cara. Lars era o baterista, claro, e nós estávamos meio equilibrados, pois eu e ele sempre nos damos muito bem durante os anos. E eu olhei e vi o [guitarrista do Megadeth, Chris] Broderick, o [vocalista/guitarrista do Metallica, James] Hetfield, Mustaine, Scott Ian, o [frontman do Anthrax] Joey Belladona, e todo mundo lá. E este foi um daqueles momentos clássicos. Eu me lembro quando era criança, eu gostava de folhear uma revista de guitarras e ver uma foto clássica do Jimmy Page, Paul McCartney e, tipo, Keith Richards, todos na mesma sala, juntos. Para mim, aquele foi o nosso momento. Eram só aqueles caras que nunca estiveram juntos na mesma sala antes. E eu preciso dizer, James Hetfield foi um host realmente gracioso. Ele fez com que fosse relaxado e divertido, e foi bem legal porque nós essencialmente fomos convidados para a câmara secreta do Metallica. [Risos] Ele fizeram com que fosse bem relaxante e bem fácil e bem divertido.
Lars Ulrich: Eu posso ter sido o atrasado. Todos estavam meio que olhando uns para os outros. E eu fui tipo, "ok, vamos tocar algo". Então nós começamos com "Breaking the Law" [do Judas Priest]. Nós simplesmente nos soltamos e começamos a nos divertir.
David Ellefson: A coisa engraçada é que todo mundo ficou praticando o dia inteiro. É só um riff simples, e nós juntamos todo mundo no backstage, na sala de ensaios montada no nosso vestiário também. Então Scott e Charlie e Frank e todo mundo vem a nossa tenda, e nós estamos lá, fazendo jam e ensaiando e trabalhando nas coisas também. Foi uma daquelas coisas onde todos queriam que fosse perfeito. Todos queriam que fosse a melhor coisas já feita.
Fonte (em inglês): Blabbermouth.net
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